Qual é o seu principal Mecanismo de Defesa?

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Quem já pôde desfrutar da deliciosa experiência de tocar uma plantinha Sensitiva (dormideira, dorme-dorme, maria-fecha-a-porta, não-me-toques, fecha-a-porta-mariquinha) só para ver sua reação (a velocidade instantânea com que ela se retrai, fechando suas folhinhas!), consegue compreender naturalmente o que vem a ser um mecanismo de defesa. A Sensitiva (cujo nome científico é Mimosa pudica) também se fecha de imediato quando submetida a muito sol, vento forte e quando anoitece.

Outro mecanismo de defesa muito fácil de observar é o movimento de elevação do tronco e eriçar de pelos que o gato mediante (o perigo) de um “inimigo”, com o cão. Essa postura é uma reação do medo e tentativa institual para parecer maior e, com isso, afastar a ameaça, sem necessidade de um confronto físico.

Mecanismos de defesa são, portanto, modos inconscientes utilizados para se defender de emoções ou pensamentos que produziriam ansiedade, sentimentos depressivos ou uma lesão à autoestima se se tornassem conscientes.

Mas, e os seres humanos, também têm mecanismos de defesa? Sob que circunstâncias eles são usados?

A Descoberta dos mecanismos de defesa da mente

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Bom, vamos começar falando de instintos. Todo ser humano possui, desde já no seu nascimento, algo conhecido como pulsão (instintos, impulsos) de morte e pulsão de vida. Também conhecidos como princípio de prazer e de desprazer, tais pulsões levam a pessoa a reagir, positiva ou negativamente, aos infinitos estímulos da vida, do meio ambiente.

Quem descobriu isso foi o médico neurologista, psiquiatra e criador da psicanálise Sigmund Freud (1856-1939), durante o atento atendimento a seus pacientes e, ao apresentar sua teoria da sexualidade, explicou que essas pulsões são, em resumo, o movimento da energia libidinal seguindo seu cursos, desde o nascimento de uma pessoa, quando ela é ainda primária.

De acordo com essa teoria, todos nascem Id, inconsciente (princípio do prazer), lugar que guarda os conteúdos herdados dos genitores.

A partir das experiências e das interações com o externo, com o ambiente, vai surgindo a consciência de si, o Ego e, em se estabelecendo o Ego (princípio da realidade), faz-se necessário o surgimento do superego, a moral, para intermediar, negociar as demandas dos dois princípios: do prazer e da realidade.

Esse sistema estrutural no qual está dividido a mente humana é o que chamamos de psiquismo e ele resultará das experiências e reações da pessoa mediante as fases oral, anal, fálica, latência e genital do seu desenvolvimento psicossexual.

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Freud enfatizou que, em se passando adequadamente por elas, teremos um adulto saudável, contudo, problemas podem ocorrer durante esse processo, numa ou noutra fase, resultando no que ele definiu como fixação da energia libinal.

Essa fixação tem o fim de proteger o psiquismo de grandes solavancos emocionais que podem submeter o Ego a grandes perigosos, de modo que o Ego poderá adotar alguns mecanismos para evitar que isso aconteça; evitar que pensamentos, emoções, experiências dolorosas venham à tona mais uma vez, causando sofrimento e causando desequilíbrio na psique.

Nesse momento, entram em cena os mecanismos de defesa da mente

Os mecanismos de defesa são parte integrante do funcionamento psíquico de cada indivíduo e só passam a ser considerados patológicos quando usados excessivamente ​​ou muito rigorosos na sua adoção, revelando que algo não está bem.

Em suas investigações científicas e nos tratamentos de seus pacientes, Freud (1926) identificou mecanismos de defesa como a repressão ou recalcamento, a regressão, a formação reativa, o isolamento do afeto, a introjeção, a projeção e a anulação. Sua filha e também psicanalista Anna Freud (1936) introduziu outros, como a sublimação, o deslocamento, a negação e a identificação com o agressor (Mullen, Blanco, Vaughan, Vaughan, & Roose 1999).

Em nosso canal no Youtube, publicamos uma série de vídeos curtos sobre os mecanismos de defesa investigados por Ana e Freud.

Clique aqui para assistir os vídeos da série:

Série Qual é o seu Mecanismo de Defesa?

Para ler sobre cada um deles, clique no link abaixo:

Os Mecanismos de Defesa da mente pesquisados por Ana e Sigmund Freud

Saber como identificar os mecanismos de defesa que sua mente usa para se proteger e o porquê de seu uso frequente pode lhe fornecer a chave para seu autoconhecimento e também mostrar possíveis caminhos para superação de problemas/conflitos que estejam pedindo atenção.

Uma vez que você tenha identificado qual ou quais mecanismos de defesa que você está usando para preservar seu próprio Ego, é hora de pedir ajuda para não cair em velhos hábitos que se repetem em ciclos viciosos, sem solução e sem fim.

Converse com as pessoas do seu ciclo de amizade de confiança e que você saiba que se preocupam com você. Não é segredo que uma conversa pode fazer milagres! Leia mais também. Há bons sites e bons livros (brevemente, publicaremos aqui uma lista de leitura das publicações interessantes de Freud que podem ajudar bastante nessa missão).

Por fim, se você sentir que precisa também de uma ajuda profissional, não duvide em procurar um/a profissional especializado/a para orientar seu processo de autodescoberta, de autoconscientização. Afinal, o próprio Freud, em seu profundo processo de autoanálise, percebeu que não é nada fácil fazer isso sozinho, mesmo que com muita sinceridade e força de vontade. Então, peça ajuda.

O importante é se conhecer o melhor possível. Entender e abraçar nossa própria subjetividade é a chave para uma vida menos angustiada.


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Sobre o(a) autor(a)

Psicoterapeuta, comunicadora e produtora de conteúdo para redes sociais, autodescoberta em TEA, abraçou a terapia pela palavra para somar psicanálise clínica e comunicação à missão de facilitar processos de autoconhecimento, autodescoberta e autocuidado, que resultam em formas mais saudáveis de tornarem a vida mais plena e significante.

(1) Comentário

  1. […] libera você do sentimento de culpa e do medo, ajudando a derrubar as barreiras do(s) seu(s) mecanismos de defesa.Este tom de cura transforma tristeza em alegria, libertando culpa e […]

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