Como fazer autoanálise e se conhecer melhor?

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Autoanálise é a investigação que uma pessoa faz sobre si mesmo, conduzida de forma mais ou menos sistemática, e que utiliza certos procedimentos próprios do método psicanalítico (associações livres, análises de sonhos, questionamentos e memórias, interpretação de comportamentos etc).

A autoanálise psicanalítica foi criada por Sigmund Freud, que considerou o método como a base da formação profissional dos profissionais de psicanálise clínica: “Quando me perguntam como pode alguém tornar-se psicanalista, respondo: pelo estudo dos seus próprios sonhos.” (Laplanche e Pontalis Vocabulário de Psicanálise).

Ao remodelar completamente sua metodologia de tratar seus pacientes, o médico e pai da psicanalise, Sigmund Freud experimenta em si próprio se método e mergulha em um isolamento (que ele irá chamar de esplêndido isolamento e uma autoanálise permanente, ao longo de sua vida.

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Sigmund Freud – criador da autoanálise e psicanálise

Mesmo com muito reserva em relação ao alcance (resultados) de uma autoanálise – levando em consideração o perigo que são as armadilhas narcísicas na pratica da autoanálise, Freud jamais a menosprezou ou desautorizou. Ao contrário disso, ele ressaltou que, sem conhecimento de si próprio, sem investigação do seu proprio inconsciente, ninguém pode ousar desvendar o inconsciente do outro.

O método de autoanálise desenvolvido por Freud incluiu quatro etapas: anotação do material obtido; dividindo-o em sequências; associação livre em cada uma das sequências; e, finalmente, forjando vínculos a partir das associações produzidas, esses vínculos assumindo, assim, um significado interpretativo.

A autoanálise deve ser continua e complementar a análise clínica (psicanálise). Afinal, entre as revoluções que Freud imprimiu no mundo social e médico, está a não mais passividade do paciente.

Desejando iniciar sua missão de autodescoberta? Veja algumas recomendações, mas lembre-se que cada um deve encontrar a melhor maneira de empreender o desafio de conhecer a si mesmo/a! Fique à vontade para fazer sua autoanállise da melhor maneira que desejar.

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Já disse Freud, aos seus pacientes:

Antes que eu possa lhe dizer algo, preciso ter muitas informações a seu respeito; por favor, me informe o que sabe sobre si próprio”. (Sigmund Freud)

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Assim, para melhor proveito do seu trabalho de conhecer-se a si mesmo/, reserve tempo e lugar tranquilo para a sua autoanálise. Mantenha por perto um caderno ou uma agenda ou mesmo seu equipamento digital (notebook, desktop), além do celular, para registrar minuciosamente suas impressões e respostas.

Para se conhecer melhor, faça-se questionamentos sobre si mesmo/a e responda honestamente. Ponderar questões pessoais difíceis e analisar sua resposta pode ajudá-lo a aprender mais sobre seus interesses, seus afetos, limitações e aspirações.

Faça a si mesmo perguntas difíceis, profundas, sobre seus interesses, pensamentos, sentimentos, desejos mais profundos, decepções e experiências vividas e crenças, dentre outros.

Respostas sinceras podem mudar radicalmente a sua percepção do mundo e de você mesmo/a, e assim, ajudar a encontrar as respostas para perguntas que você sempre se fez e não sabia onde e como encontra-las.

Escreva o que estiver em sua mente, sem preocupar com coerência ou censura. A escrita livre pode ajudá-lo a desbloquear pensamentos subconscientes para ajudar a identificar o que o está incomodando. Não tenha vergonha de listar todas as coisas e aspectos que considera muito bons, excelentes em você, tampouco as que você considera como feias ou negativas. Não há problema nenhum em se orgulhar de si mesmo!

Passe algum tempo sozinho/a todos os dias para contemplar sua vida e o que você realmente deseja em uma zona calma e livre de julgamentos. Sinta-se como um/a paciente de Freud!

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Tenha paciência com você mesmo/a!

Não tenha pressa. Uma autoanálise não se finda em um curto espaço de tempo. Até mesmo Freud, que estabeleceu seu próprio “esplendido isolamento”, nunca deixou de fazer autoanálise ao longo de toda a sua vida.

Entenda a autoanálise como uma auditoria pessoal, um processo de autopercepção. Agora é você e sua vida que estão sob escrutínio. Você deve se concentrar em seus hábitos, objetivos, competências, limites, afetos, sonhos, desejos, temores, relacionamentos, dentre outros temas pessoais.

Dica de como fazer:

1) Coloque numa posição de uma “atenta e desapaixonada auto-observação” dos fatos analisados, como se não fosse com você.

2) Comprometa-se com a mais absoluta honestidade para com você mesmo/a. Tente não fugir da realidade, tente estar alerta de seus mecanismos de autodefesa (eles farão de tudo para travar sua autoanálise. Se precisar, você pode procurar ajudar profissional de psiquiatria, psicologia e psicanálise).

3) Não retenha qualquer ideia, lembrança, sinais que lhe surjam à mente, mesmo quando senti-los como “desagradável”, ridícula, irrelevante ou não tão importante”. Tudo sobre você é importante, lembre-se!

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Assuma a responsabilidade por suas decisões e aprenda a confiar em seu julgamento.
Ainda que Freud tenha descoberto que o eu (ego) não é senhor nem em sua própria morada, é também Freud que nos ajuda a nos autoquestionar: “Qual a sua responsabilidade na desordem da qual você se queixa?”

Mais duas coisas importantes:

  1. lembre-se que você está avaliando a você mesmo. Mantenha, sempre que possível, postura mais neutra possível e honesta (como se quem estivesse em análise fosse outra pessoa). Quando estiver muito emocionado/a, dê uma parada. e retome o trabalho depois. Sem pressa.

2. Sua autoanálise pode trazer algumas de suas inseguranças, traumas e desejos inconscientes para o nível de consciência. Tudo bem. O objetivo é reconhecê-los para que você possa seguir em frente. Considere, francamente, a possibilidade de procurar ajuda profissional.

Ainda em dúvida de como ou onde começar? Relaxe e Toque a garrafa!

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Sobre o(a) autor(a)

Psicoterapeuta, comunicadora e produtora de conteúdo para redes sociais, autodescoberta em TEA, abraçou a terapia pela palavra para somar psicanálise clínica e comunicação à missão de facilitar processos de autoconhecimento, autodescoberta e autocuidado, que resultam em formas mais saudáveis de tornarem a vida mais plena e significante.

(3) Comentários

  1. […] isso, é tão importante nos conhecermos sempre e o melhor que podemos. Autoconhecimento é também uma porta para a […]

  2. […] o âmago da sua alma, recomendamos alguns exercícios como a 👉 introspecção e a 👉 autoanálise, além do nosso aplicativo Phipsiw de autoconhecimento (em fase experimental) para ajudar no […]

  3. […] autoconhecimento que possibilite (re)integrar os sujeitos ao nível de valores sociais, enquanto a autoanálise psicanalítica um método que oferece a oportunidade de reconstrução do seu passado como uma explicação para o […]

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