Celebrando a Bossa: A sofisticada Música Brasileira de Tom Jobim e seus contemporâneos

Celebrando a Bossa: A Suave e Elegante Música Brasileira de Tom Jobim e Seus Seguidores - Goeie Life

Caracterizada por sua atmosfera suave, melódica e sofisticada, a Bossa Nova genuinamente brasileira ganhou destaque internacionalmente, conquistando o coração de muitos amantes da música ao redor do mundo. Entre os grandes nomes desse movimento, um se destaca: o cantor e compositor Tom Jobim.

E é justamente por essa identificação entre Bossa Nossa e Tom Jobim que A Bossa Nova é um dos gêneros musicais mais icônicos do Brasil, conhecido por suas melodias suaves e batidas sincopadas. A data marca o transcurso do aniversário de nascimento de Antonio Carlos Brasileriro de Almeida Jobim (1927-1994), um dos consagrados nomes desse gênero musical brasileiro.

A Bossa Nova é um dos gêneros musicais mais icônicos do Brasil, conhecido por suas melodias suaves e batidas sincopadas. Surgido no final da década de 1950, o estilo musical único e sedutor conquistou o mundo e se tornou uma das marcas registradas da cultura brasileira.

O 25 de janeiro é, portanto, mais uma oportunidade de celebrar e relembrar a importância desse gênero para a música brasileira e para o cenário artístico internacional. Mais uma oportunidade, dizemos, porque o dia de uma boa Bossa é todo dia!

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Bossa Nova, o novo jeito elegante de fazer a música brasileira

A Bossa Nova surgiu no Rio de Janeiro, a partir da mistura de ritmos como o samba, o jazz e a música clássica. O nome do estilo foi dado pelo próprio Jobim, que se inspirou em uma expressão utilizada pelos jogadores de futebol para se referir a uma jogada elegante e bem executada (ver abaixo).

Assim, a Bossa Nova se tornou sinônimo de sofisticação e bom gosto. Um dos grandes responsáveis por popularizar a Bossa Nova foi o disco “Chega de Saudade”, lançado em 1959, com composições de Tom Jobim e do também carioca “Poetinha” Vinicius de Moraes (1913-1980) e a voz e o violão marcante do baiano João Gilberto (1930-2019), consagrando o novo estilo.

De véspera, em 1958, o músico baiano havia “inaugurado” o gênero da Bossa Nova, gravando “Chega de Saudade” com arranjos de Tom Jobim, participação de orquestra e de Milton Banana, e com voz da divina Elizeth Cardoso (1920-1990).

Antes de prosseguir a leitura desse artigo, convidamos ouvir a apreciar a doçura de “A Divina” em “Chega de Saudade”:

🎶Chega de saudade
Cantora: Elizeth Cardoso

Vai, minha tristeza
E diz a ele que sem ele não pode ser
Diz-lhe numa prece
Que ele regresse
Porque eu não posso mais sofrer
Chega de saudade
A realidade é que sem ele não há paz
Não há beleza
É só tristeza e a melancolia
Que não sai de mim, não sai de mim, não sai
Mas se ele voltar, se ele voltar
Que coisa linda, que coisa louca
Pois há menos peixinhos a nadar no mar
Do que os beijinhos que eu darei na sua boca
Dentro dos meus braços
Os abraços hão de ser milhões de abraços
Apertado assim, colado assim, calado assim
Abraços e beijinhos e carinhos sem ter fim
Pra acabar com esse negócio de jamais viver sem mim
Mas se ele voltar, se ele voltar
Que coisa linda, que coisa louca
Pois há menos peixinhos a nadar no mar
Do que os beijinhos que eu darei na sua boca
Dentro dos meus braços
Os abraços hão de ser milhões de abraços
Apertado assim, colado assim, calado assim
Abraços e beijinhos e carinhos sem ter fim
Que é pra acabar com esse negócio de querer viver sem mim
Vamos deixar desse negócio de viver longe de mim
(Compositores: Antonio Carlos Brasileiro De A Jobim / Vinicius De Moraes)

Bossa: a gíria da nova onda das coisas nossas!

O nome Bossa Nova adotado para a nova onda no novo estilo de fazer música no Brasil surgiu como uma gíria para se referir a um “jeito de fazer as coisas”. Bossa é uma expressão utilizada pelos jogadores de futebol para se referir a uma jogada elegante e bem executada.

A expressão “bossa” havia sido usada pela primeira vez em uma canção de Noel Rosa (1910-1937), chamada São coisas nossas (Coisas nossas)”, de 1932:

🎶São coisas nossas (Coisas nossas)” 1932
Cantor: Noel Rosa

Queria ser pandeiro
Pra sentir o dia inteiro
A tua mão na minha pele a batucar
Saudade do violão e da palhoça
Coisa nossa, coisa nossa
O samba, a prontidão e outras bossas
São nossas coisas
São coisas nossas
Malandro que não bebe, que não come
Que não abandona o samba, pois o samba mata a fome
Morena bem bonita lá da roça
Coisa nossa, coisa nossa
O samba, a prontidão e outras bossas
São nossas coisas
São coisas nossas
Baleiro, jornaleiro, motorneiro
Condutor e passageiro
Prestamista e vigarista
E o bonde que parece uma carroça
Coisa nossa, muito nossa
O samba, a prontidão e outras bossas
São nossas coisas
São coisas nossas
Menina que namora na esquina e no portão
Rapaz casado, com dez filhos, sem tostão
Se o pai descobre o truque, dá uma coça
Coisa nossa, muito nossa
O samba, a prontidão e outras bossas
São nossas coisas
São coisas nossas

Compositores: Martinho da Vila / Mauricio Carrilho / Noel Rosa

No entanto, foi apenas nos anos 50 que a palavra deixou de ser uma expressão para se tornar nome próprio, incorporada ao vocabulário musical para denotar um estilo musical igualmente sofisticado e inovador: a Bossa Nova.

Os nomes da Bossa Nova

Inicialmente, a Bossa Nova foi criada por um grupo de jovens músicos que buscavam uma nova forma de expressão artística, misturando elementos do samba tradicional com a sofisticação do jazz norte-americano.

Entre os principais nomes responsáveis pela popularização da Bossa Nova estão João Gilberto, Tom Jobim, Vinicius de Moraes e Nara Leão.

João Gilberto, conhecido como o “pai da Bossa Nova”, foi responsável por revolucionar a técnica do violão e criar o estilo característico do gênero. Ary Barroso, ao conhecer o músico baiano e seu estilo, foi categérico em seu aconselho:

“Faça exatamente o que você quer!”

Nara Leão, por sua vez, foi uma das vozes mais importantes da Bossa Nova, ganhando notoriedade com seu estilo único e sua interpretação emocionante.

Tom Jobim, também conhecido como “maestro soberano”, compôs algumas das canções mais icônicas da Bossa Nova, como “Garota de Ipanema” e “Águas de Março”, enquano Vinicius de Moraes, agregava um toque mais lírico e romântico para o gênero.

Tom Jobim e Vinícius de Moraes - Celebrando a Bossa: A Suave e Elegante Música Brasileira de Tom Jobim e Seus Seguidores - Goeie Life
Tom Jobim e Vinícius de Moraes, 1962 – parceria musical que mudaria o rumo da música brasileira

Além desses grandes nomes, a Bossa Nova abrigou o brilho único de Elis Regina e Roberto Menescal, que juntos, também contribuiram para internalizar o gênro musical nos palcos de todo o mundo, encantando plateias com suas letras poéticas e melodias envolventes.

Bossa Nova pelo Mundo

A Bossa Nova realmente ganhou força e se estabeleceu como uma das maiores influências da música brasileira.

A Bossa Nova conquistou o Brasil e o mundo com sua sonoridade suave, melódica e intimista. Através da voz delicada e do violão virtuoso, os músicos e as intérpretes transmitiram uma atmosfera criativa, que refletia a cultura e as tradições brasileiras.

Com o sucesso nacional e internacional, a Bossa Nova se tornou um dos movimentos mais importantes da música brasileira, influenciando diversos gêneros musicais e artistas ao redor do mundo. Seus ritmos e melodias envolventes se tornaram um verdadeiro fenômeno global, elevando a Bossa Nova ao status de patrimônio cultural do Brasil.

E ainda teve – e tem – um papel fundamental na divulgação da cultura brasileira no exterior, atraindo olhares e ouvidos para o país e sua riqueza musical. A partir da década de 1960, o gênero se espalhou pelo mundo e conquistou admiradores em diversos países, como Estados Unidos, França, Inglaterra, boa parte da América Latina (Argentina e Uruguai) e Japão.

A Bossa Nova também influenciou outros estilos musicais, como o jazz, o pop e o rock, e continua a ser uma referência para novos artistas. Seus acordes inconfundíveis e sua sonoridade única encantam gerações, tornando a Bossa Nova um símbolo da música brasileira e uma fonte inesgotável de inspiração.

Até hoje, a Bossa Nova continua a encantar e inspirar gerações de músicos e ouvintes ao redor do mundo. Seja em sua forma original ou em novas roupagens, sua influência e legado permanecem vivos na música brasileira e na cultura popular.

A Bossa Nova, sem dúvida alguma, é mais do que um gênero musical, é um “jeito de fazer as coisas” que continua a encantar e emocionar o público, perpetuando sua importância e relevância na história da música brasileira.

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João Gilberto – a voz e o violão levando a Bossa Nova para o mundo

A beleza atemporal que marca a criação poética de Tom Jobim

Antonio Carlos Jobim, mais conhecido como Tom Jobim, foi um dos principais compositores e músicos da Bossa Nova. Nasceu no Rio de Janeiro em 1927 e teve uma contribuição fundamental para a consolidação desse gênero musical. Suas composições são marcadas por melodias delicadas e harmonias complexas, combinadas com letras poéticas que retratam o amor, a natureza e a vida cotidiana.

Um dos maiores sucessos de Tom Jobim é a canção “Garota de Ipanema”, escrita em parceria com Vinicius de Moraes.

“Garota de Ipanema um dos hinos do Brasil, um dos ícones sonoro que identifica o Brasil lá fora. A versão em inglês, “The Girl from Ipanema”, gravada pelo próprio Tom Jobim e pelo saxofonista Stan Getz, conquistou o cenário musical internacional, alcançando grande sucesso nas paradas de música nos Estados Unidos e Europa.

Além de “Garota de Ipanema”, ele compôs uma série de outros clássicos da Bossa Nova, como “Águas de Março”, “Chega de Saudade”, “Desafinado” e “Corcovado”. Suas músicas são reconhecidas por sua beleza atemporal e pela influência que exercem sobre a música brasileira até os dias de hoje.

A Bossa e o Tom do Brasil para o mundo!

Deve-se dizer, ainda, que a contribuição do expoente da Bossa para a música não se limitou à ela. Jobim também trabalhou com outros gêneros, como o samba e a música clássica, e colaborou com diversos artistas brasileiros e internacionais. Seu talento como compositor, pianista e arranjador o tornou um dos músicos mais respeitados e admirados do Brasil.

Tom Jobim deixou um legado duradouro na música brasileira e sua influência continua sendo sentida até hoje. Sua genialidade, combinada com a sensibilidade de suas composições, fez dele um dos grandes mestres da música e um embaixador da Bossa Nova para o mundo.

Portanto, a Bossa Nova e Tom Jobim se entrelaçam de maneira indissociável. O legado deixado por esse gênero e por esse músico icônico é uma parte importante da história da música brasileira, e sua influência perdura até os dias de hoje, inspirando novos artistas a explorarem os caminhos da harmonia e da melodia, mantendo viva a essência e a beleza da Bossa Nova.

Enfim, motivos para festejar a vida não faltam, se temos a Bossa do Brasil. E como estar por vir, março, deixamos para você uma capela de “Águas de Março”, na voz de ninguém mesmo do que a estrela Elis Regina.

Tom Jobim e Elis Regina interpretando "Águas de Março"
Elis Regina e Tom Jobim interpretando "Águas de Março"

Divirta-se, encante-se e tenha uma boa vida (Goeie Life)! 🎶

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