A História do Laço de Fita Branco

A História do Laço de Fita Branco, A História do Laço de Fita Branco, Goeie Life

Desde a era vitoriana, em torno do ano 1837, que já era bastante comum ver laços e fitas (e muito babado!) enfeitando as vestimentas das senhoras e donzelas, seja em seus primorosos vestidos sociais, seja em um simples traje de dormir! E dentre tais adornos, a cor branca era um clássico, ainda que elas também usassem rosa, azul, verde etc.

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Leia neste artigo:

Antiviolência de gênero e movimento de justiça de gênero
Fita branca como símbolo de oposição à violência contra as mulheres
O massacre das estudantes da Escola Politécnica de Montreal
O Dia do Laço Branco
Laço branco pela igualdade no casamento (casamento entre pessoas do mesmo sexo)
Mais motivos para usar o laço branco:

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No entanto, um dos primeiros registros do uso de laços de fita de cetim como simbologia de uma causa social (ou de protesto, alerta ou conscientização) data de 1874, quando a Woman’s Christian Temperance Union – WCTU (União Cristã das Mulheres pela Temperança – UCMT, em português) foi fundada para se opor ao consumo de álcool como causa de males sociais.

A Woman’s Christian Temperance Union é uma organização norte-americana de temperança presente em diversos países e foi uma das primeiras organizações de mulheres dedicadas à reforma social com um programa que “ligava o religioso e o secular através de estratégias de reforma concertadas e de longo alcance baseadas no cristianismo aplicado”.

O laço branco foi adotado como símbolo da organização sem fins lucrativos, que realiza a Cerimônia de Recrutamento de Fita Branca, na qual as crianças são dedicadas à causa da temperança por meio de uma fita branca amarrada em seus pulsos, com suas associadas e patrocinadores adultos se comprometendo a ajudar a criança – e futuro adulto – a viver uma vida livre de álcool e outras drogas.

Antiviolência de gênero e movimento de justiça de gênero

A White Ribbon Campaign – WRC (Campanha do Laço Branco) é, atualmente um movimento global, sediado em Toronto, no Canadá, composto por homens, mulheres e meninos que trabalham para acabar com a violência masculina contra mulheres e meninas.

A campanha foi criada pelo educador Michael Kaufman, o político Jack Layton e Ron Sluser, além de outros homens pró-feministas, em Ontário, Canadá, em 1991, como resposta ao massacre de estudantes do sexo feminino na École Polytechnique (Escola Politécnica de Montreal), que havia acontecido em 1989.

A White Ribbon Campaign (WRC) tornou-se um dos maiores programas antiviolência masculina do mundo, presente em mais de 60 países ao redor do mundo, incluindo Canadá, Itália, Austrália, Paquistão e Reino Unido.

Fita branca como símbolo de oposição à violência contra as mulheres

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Campanha Laço Branco 2021: “Levante-se e fale”.

O laço de fita branco é usado pelo movimento antioviolência para significar oposição à violência contra as mulheres.

É um esforço internacional de homens e meninos que trabalham para acabar com a violência contra as mulheres. Seu princípio básico é a importância de homens e meninos contra todas as formas de violência contra as mulheres. Para fortalecer a conscientização, os membros do White Ribbon oferecem uma variedade de apresentações e workshops sobre violência.

A maior parte das atividades da organização concentra-se na prevenção da violência de gênero, o que inclui educar e orientar homens adultos e jovens sobre questões como violência e igualdade de género.

Homens e jovens são encorajados a usar fitas brancas como símbolo da sua oposição à violência contra as mulheres – principalmente, durante a semana do Laço Branco, que começa em 25 de novembro, com o Dia das Nações Unidas para a Eliminação da Violência contra as Mulheres.

O massacre das estudantes da Escola Politécnica de Montreal

O canadense Marc Lépine (Gamil Rodrigue Liass Gharbi), de 25 anos, efetuou um assassinato em massa, no qual matou, a tiros de rifle semiautomático e faca, 14 estudantes mulheres da École Polytechnique de Montréal, escola de engenharia afiliada à Université de Montréal, por causa de seu ódio pelas mulheres (antifeminismo e misoginia) e, em seguida, se suicidou.

O ataque de ódio às mulheres durou cerca de 45 minutos, durante os quais o enfurecido e armado Marc Lepine percorreu os corredores da Escola e matou 14 mulheres. Antecipadamente, ele separou os homens das mulheres e, antes de abrir fogo contra as estudantes de engenharia, gritou: “Eu odeio feministas”. Em seguida, apontou a arma contra si mesmo. No bolso de sua jaqueta, foram encontradas duas cartas, uma delas, abordando seu plano assassino e suícida e a justificativa, na sua ótica, do massacre misógino.

Quase imediatamente, o Massacre de Montreal tornou-se um momento galvanizador em que o luto se transformou em indignação por toda a violência contra as mulheres.

No Canadá, a data dos assassinatos das estudantes do Massacre de Montreal é lembrada como o Dia Nacional de Memória e Ação contra a Violência contra as Mulheres, também conhecido como “Dia do Laço Branco”.

O Dia do Laço Branco

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Marcha “Nenhuma Mulher a Menos” (Non Una Di Meno), em Roma, Itália, em 2018, por ocasião do Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres.

Em todos os países que realizam o Dia do Laço Branco, a meta da campanha é destacar a importância dos homens para acabar com o abuso e todas as formas de violência contra mulheres e crianças. Para isso, os organizadores encorajam às pessoas, e especialmente os homens e os rapazes, a agirem individual e coletivamente e a mudarem comportamentos.

O objetivo das campanhas e das marchas é que todos os homens cumpram a “Promessa do Laço Branco” de nunca cometer, desculpar ou permanecer em silêncio sobre a violência masculina contra as mulheres.

Segundo seus criadores, a campanha é um compromisso que pede aos homens que “nunca cometam, tolerem ou permaneçam calados sobre a violência contra mulheres e meninas”.

A violência doméstica e sexual não é um problema novo. Afeta pessoas em todas as cidades de todos os países do mundo. Afeta pessoas independentemente do género ou orientação sexual, mas mais historicamente tem sido abordada no âmbito das mulheres: violência perpetrada contra mulheres e violência perpetrada contra mulheres por homens.

Laço branco pela igualdade no casamento (casamento entre pessoas do mesmo sexo)

O Nó Branco (White Knot) virou símbolo de apoio ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, em 2008. O White Knot foi criado por Frank Voci, em novembro de 2008, para expressar oposição à Proposta 8 da Califórnia, aprovada pela Suprema Corte da Califórnia, EUA, para proibir o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Frank Voci criou o WhiteKnot.org como um símbolo de visibilidade para o novo despertar dos direitos civis. O White Knot (Nó Branco) é um laço de fita branca adotado como símbolo para a crença na igualdade de direitos e na não discriminação para todas as pessoas. “Seja você gay ou hetero, por favor, mostre seu apoio usando o Nó e dizendo às pessoas por que você o está usando. Pode parecer uma coisa pequena, mas imagine o Nó Branco ganhando a [mesma] difusão e o reconhecimento instantâneo da Fita da AIDS. Nós podemos fazer isso!”, declara Voci.

Em uma entrevista ao site The Wrap, o criador do White Knot explica como e por que criou o nó branco:

“Eu tinha visto a fita da AIDS e as pulseiras de Lance Armstrong e percebi o poder da visibilidade. Comecei a brincar com a fita e dei um nó e foi tipo, meu Deus! Foi o meu momento eureka porque é o símbolo perfeito para o casamento. Começamos a distribuí-los e eu sabia que estava no caminho certo, porque eu os distribuía e dizia: ‘Use o Nó Branco porque todo mundo tem o direito de dar o nó’ e seus rostos se iluminaram – eles entenderam imediatamente”.

Desde sua criação, o laço de fita branco White Knot já recebeu apoio público de celebridades como o roteirista, diretor e produtor Dustin Lance Black (Milk: A Voz da Igualdade), Josh Brolin, Emile Hirsch, Cleve Jones and Anne Kronenberg, Lucy Lui (As Panteras, Dupla Explosiva e Kill Bill), Dave Stewart, Anne Hathaway, Melissa Etheridge e Cyndi Lauper.

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Mais motivos para usar o laço branco:

Com os esforços para prevenir e combater todo tipo de violência de gênero, o laço branco também é símbolo de diversas outras causas e campanhas solidárias:

Valorização da Adoção.
Prevenção e combate aos Abuso de drogas (Metanfetamina).
Conscientização nos movimentos de igualdade.
Conscientização dos direitos humanos dos refugiados de guerra.
Segurança de Parto e da Maternidade.
Valorização da prática do Perdão.
Símbolo de antiviolência contra as mulheres.

Mais sobre os laços de fitas e as campanhas solidárias:

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Os laços solidários e as cores de cada mês do ano

Confira o significado das cores e dos laços de fita usados nas campanhas de conscientização e prevenção de várias doenças.

Uma cor de fita de cada mês para conscientizar o mundo!

Fitas de cetim, laços e cordões da consciência aumentam o apoio e fortalecem as causas sociais e humanitaristas.

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Referências:

https://www.whiteribbon.ca/

http://archives.cbc.ca/society/crime_justice/topics/398-2240/

https://www.sainthelena.gov.sh/2021/public-announcements/white-ribbon-campaign-2021/


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