Grito, batalhas, sedução e cansanção pela Independência do Brasil

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É público e notório o feito e o fato do Grito do Ipiranga, proferido pelo príncipe-regente no Brasil colônia, Dom Pedro I, no dia 7 de setembro de 1822, às margens do riacho Ipiranga na atual cidade de São Paulo. Ali, tendo recebido ordens expressas para retornar à sede da coroa portuguesa, ele declarou a Independência do Brasil, discursando: “Para o meu sangue, minha honra, meu Deus, eu juro dar ao Brasil a liberdade” e, empulhando a espada, gritou: “Independência ou morte”.

Também é bastante sabido que a resistência dos portugueses teve que ser vencida foi mesmo em duros e violentos embates de tropas, especialmente no Piauí, Maranhão e na Bahia.

A Batalha do Jenipapo, por exemplo, foi um dos confrontos mais sangrentos da Guerra da Independência do Brasil. Piauienses, maranhenses e cearenses conformaram um grupo de resistência e combate às tropas do comandante português, Major João José da Cunha Fidié, encarregado de manter o norte da ex-colônia fiel à Coroa Portuguesa.

Pela independência e liberdade do Brasil, os nordestinos (Piauí, Ceará e Maranhão) enfrentaram heroicamente as armas de guerra e a experiência das tropas portuguesas munidos apenas de instrumentos simples, como faca e foices, de coragem e de muita valentia nordestina. A sangrenta Batalha foi travada às margens do rio Jenipapo, na vila de Campo Maior, Piauí, no dia 13 de março de 1823 – seis meses depois do Grito da Independência do Brasil.

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A Insurreição de uma Escrava

Mas, a independência do Brasil, festejada neste dia 7 de setembro, não foi conquistada só de “Grito” do príncipe-regente e nas batalhas travadas entre homens das tropas locais e as colonizadoras. Teve também bravura, artimanha, sedução e até surra de Cansanção levada à cabo pelas intrépidas mulheres nordestinas.

Entre o povo destemido da Bahia, insurgiu-se uma aguerrida mulher muito especial que lutou e colaborou no enfrentamento aos portugueses contrário à independência da colônia. Chamava-se Maria Felipa de Oliveira, que nasceu escrava, conseguiu sua liberdade, foi marisqueira, pescadora e trabalhadora braçal na Ilha de Itaparica, na Baía de Todos os Santos.

Capoeirista (aprendeu por diversão e também como defesa pessoal), a ex-escrava baiana queria um Brasil livre da dominação portuguesa, responsável pela escravização do povo africano, dos seus avós, de sua mãe, do seu pai.

Pela libertação do Brasil, ela trabalhou, inicialmente, na retaguarda, espionando os movimentos das tropas portuguesas e levando informações para o Comando do Movimento de Libertação brasileiro. Ela integrava grupo de resistência à Coroa na Ilha que foi responsável por queimar mais de 40 embarcações portuguesas na região.

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Cansanção Arre Diabo

A Artimanha de Sedução das Nordestinas

Porém, Maria Felipa levava a sério o ideal da libertação e resolveu partir para o combate, armando uma estratagema para derrotar a tropa à serviço da Coroa por ali. Ela sabia que a frota portuguesa composta por 42 embarcações se preparava para atacar os rebeldes na capital baiana. Juntou 40 companheiras e traçou um plano infalível.

As mulheres seduziram a maioria dos soldados e seus comandantes e levaram-nos para um lugar ermo. Deixaram que eles ficassem bastante animadinhos, e, quando estavam já desnudos, aplicaram-lhes uma tremenda surra de cansanção, enquanto um outro grupo de insurgentes baianos tocavam fogo nas embarcações.

Cansanção é o nome vulgar dado a várias das espécies de vegetais das famílias Euphorbiaceae, Loasaceae e Urticaceae, que têm como característica invencível, o poder de provocarem uma forte coceira, ardor e sensação de queimadura, como a urtiga. Alguns até preferem chamar de “Arre diabo”.

Esta ação foi decisiva para uma tranquila vitória sobre os portugueses em Salvador, permitindo que as tropas vindas do Recôncavo entrassem triunfalmente, sob os aplausos do povo, no dia 2 de julho de 1823.

Em 26 de julho de 2018, a brava guerreira nordestina Maria Felipa de Oliveira foi declarada Heroína da Pátria Brasileira pela Lei Federal nº 13.697, tendo seu nome inscrito no “Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria”, que se encontra no “Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves”, situado em Brasília, Distrito Federal.

Pesquisa e redação: Mariah May

Fontes: Observatorio 3Setor, Wikipédia,


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