Trabalho humanitário de Zilda Arns garantiu a vida à milhares de crianças

Em 2010, o Brasil, a América e grande parte do mundo chorou e lamentou a morte da médica pediatra e sanitarista brasileira Zilda Arns Neumann, vítima do terremoto que atingiu o Haiti, no dia 12 de janeiro. Se ainda estivesse entre nós, a humanitarista brasileira estaria completando 88 anos neste dia 25 de agosto (2022).

Irmã de dom Paulo Evaristo Arns, a médica foi também fundadora e coordenadora nacional da Pastoral da Criança e da Pastoral da Pessoa Idosa, organismos de ação social da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.

A médica missionária estava em Porto Príncipe, capital do Haiti, para introduzir a Pastoral da Criança no país. No dia 12 de janeiro de 2010, pouco depois de proferir uma palestra para cerca de 15 religiosos de Cuba, o país foi atingido por um terremoto catastrófico, que causou a morte de 230 mil pessoas, além de deixar mais de um milhão de desabrigados.

Mãe de cinco filhos e avó de nove netos, Zilda Arns recebeu diversas menções especiais e títulos de cidadã honorária no país. Da mesma forma, à Pastoral da Criança foram concedidos diversos prêmios pelo trabalho que vem sendo desenvolvido desde a sua fundação.

Formada em medicina, aprofundou-se em saúde pública, visando salvar crianças pobres da mortalidade infantil, da desnutrição e da violência em seu contexto familiar e comunitário. Compreendendo que a educação revelou-se a melhor forma de combater a maior parte das doenças de fácil prevenção e a marginalidade das crianças, para otimizar a sua ação, desenvolveu uma metodologia própria de multiplicação do conhecimento e da solidariedade entre as famílias mais pobres, baseando-se no milagre bíblico da multiplicação dos dois peixes e cinco pães que saciaram cinco mil pessoas.

Multiplicando o saber e a solidariedade para salvar vidas

Sua experiência fez com que, em 1980, fosse convidada a coordenar a campanha de vacinação Sabin, para combater a primeira epidemia de poliomielite, que começou em União da Vitória, no Paraná, criando um método próprio, depois adotado pelo Ministério da Saúde.

Zilda Arns ensinou a multiplicar a solidariedade

Em 1983, a pedido da CNBB, criou a Pastoral da Criança juntamente com Dom Geraldo Majella Cardeal Agnelo, arcebispo primaz de Salvador da Bahia e presidente da CNBB, que à época era arcebispo de Londrina. No mesmo ano, deu início à experiência a partir de um projeto-piloto em Florestópolis, Paraná.

Após 25 anos de atuação, a pastoral já havia acompanhado 1.816,261 crianças menores de seis anos e 1.407,743 de famílias pobres em 4.060 municípios brasileiros. Neste período, mais de 261.962 voluntários levaram solidariedade e conhecimento sobre saúde, nutrição, educação e cidadania para as comunidades mais pobres, criando condições para que elas se tornem protagonistas de sua própria transformação social.

Para multiplicar o saber e a solidariedade, foram criados três instrumentos, utilizados a cada mês: Visita domiciliar às famílias, Dia do Peso – também chamado de Dia da Celebração da Vida e Reunião Mensal para Avaliação e Reflexão.

O importante trabalho humanitário de Zilda Arns garantiu a vida à milhares de crianças em situação de grave vulnerabilidade social e econômica.

Fachada do Museu da Vida – Memorial Dra Zilda Arns, em Curitiba.

Em 2004, recebeu da CNBB outra missão semelhante: fundar e coordenar a Pastoral da Pessoa Idosa. Atualmente mais de cem mil idosos são acompanhados mensalmente por doze mil voluntários de 579 municípios de 141 dioceses de 25 estados brasileiros.

Zilda Arns dividia seu tempo entre os compromissos como coordenadora nacional da Pastoral da Pessoa Idosa e coordenadora internacional da Pastoral da Criança e a participação como representante titular da CNBB no Conselho Nacional de Saúde, e como membro do Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES).

Em janeiro de 2014, a Pastoral da Criança criou o Museu da Vida, com objetivo de disseminar informações e reflexões relacionados à saúde, nutrição, educação e cidadania por meio de exposições e ações educativas. Assim como a própria Pastoral da Criança, tem na gestação e crianças até o seis anos de idade. Outro objetivo do Museu da Vida é preservar a memória do do trabalho humanitário de Zilda Arns.

Fontes:
Wikipedia  e  Agencia Brasil

Links importantes:

Página do Museu da Vida

Pastoral da Criança


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