Depressão e ansiedade preocupam o ano todo

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É importante lembrar que é perigoso falar obre depressão, ansiedade e suicídio somente em um mês do ano, uma vez que, infelizmente, eles são temas fazem parte do cotidiano das pessoas, o ano inteiro. E o quanto isso é perigoso? O que podemos fazer, de fato, quanto a isso?

Temos a tendência a imaginar que esse tipo de situação nunca acontece ou acontecerá perto de nós, até que seja tarde demais. Os sintomas são ignorados, algumas vezes por falta de conhecimento, e outras, por não acreditarem na seriedade do problema. Existem pessoas que afirmam que depressão e suicídio são causados por fatores que estão “no controle” da vítima (como falta de força de vontade ou falta de Deus), ignorando o fato de ser uma doença como outra qualquer. Inclusive, podendo ser até mais grave que muitas.

Essas pessoas que sofrem estão ao nosso lado no dia a dia. E, mesmo que sutis, elas dão sinais. A questão é que, uma pessoa com depressão, muitas vezes, não consegue pedir ajuda por mil motivos. Ou, ainda, há aquelas que conseguem pedir, mas que não são ouvidas. Por isso, é muito importante conhecer mais sobre a depressão e a ansiedade para você conseguir ajudar.

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Não é drama. Não é pra chamar a atenção. Muito Menos Frescura.

Ansiedade

A ansiedade, em determinado nível, é um sentimento normal do ser humano. É o que nos protege de situações de perigo e o que nos alerta que algo está errado, entre outros. O problema começa quando esse nível de ansiedade ultrapassa o normal, fazendo que com vários sintomas ocorram no nosso corpo sem motivo aparente.

Por exemplo, quando temos uma reunião importante, ou quando passamos por alguma situação de medo, é normal que nosso coração acelere, ou que nossa respiração fique ofegante. E esses sintomas passam junto com a situação que o está causando.

Já a ansiedade não-saudável, é aquela que causa esses mesmos sintomas, entretanto, sem motivos. Nada está acontecendo, mas mesmo assim, seu coração acelera, você sua, sua respiração fica descompassada. E a única coisa que seu cérebro consegue fazer, é de avisar que algo está errado.

Porém, você olha para os lados, e não há nada de errado. Mas, mesmo assim, começa a criar milhões de mecanismos de defesa para lidar com esse problema, que muitas das vezes, nem existe. “Quando nos preocupamos com algo que pode vir a acontecer, tomamos uma série de medidas para resolver previamente aquela situação”, diz o psiquiatra Antonio Egidio Nardi, professor titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Com o tempo, essa situação vai ficando incontrolável e começa a afetar todos os aspectos da sua vida. Sair de casa começa a ser difícil. Fazer tarefas diárias, por mais simples que sejam, viram um sofrimento. A pessoa não consegue se concentrar, já que fica muito mais focada em problemas do futuro ou em seus pensamentos.

Parece muito mais fácil ficar em casa e não ter que lidar com tudo o que pode causar as crises de ansiedade. Com isso, a qualidade de vida cai drasticamente, fazendo com que a pessoa com ansiedade se isole, se sinta culpada por não conseguir fazer coisas simples, entre outros sentimentos.

Além disso, a ansiedade possui vários tipos:

Fobia social

Medo exagerado de participar de eventos ou situações que tenham muitas pessoas desconhecidas onde a pessoa terá que socializar. O grande medo é de ser avaliado, julgado, ridicularizado ou criticado por essas pessoas. Falar em público é um grande motivo para desencadear as crises ansiosas.

Fobia

Medo de objetos, animais ou situações específicas. Exemplo: medo de carros, cobras ou altura. Esse medo excessivo pode vir de uma experiência real ou por um pensamento ou notícia marcante sobre o assunto. Existem mais de 500 versões de fobia conhecidas.

Ataque de pânico

Completamente do nada, sem nenhum motivo aparente, o indivíduo pensa que vai morrer, já que o coração dispara, começam a ter tremores, náuseas e vômitos. A pessoa corre para o hospital pensando que está realmente morrendo, por algum infarto ou algo do tipo. Após algum tempo, esses sintomas passam e a pessoa volta ao normal.

Transtorno de ansiedade generalizada (TAG)

A pessoa tem a sensação constante e muito incômoda de que algo vai dar errado a qualquer momento e que sua vida vai mudar completamente quando ela menos esperar. Por isso, ela fica alerta o tempo todo, com preocupações excessivas, supervalorizando os problemas e com dificuldades de encontrar soluções para eles.

Transtorno obsessivo-compulsivo (TOC)

São pensamentos invasivos que são aliviados após a pessoa realizar algum comportamento padrão, muitas vezes sem sentido lógico. Por exemplo: a pessoa lava a mão o tempo todo, ou tem mania de abrir e fechar a porta ou então algo ruim vai acontecer.

Estresse pós-traumático

Esse transtorno acontece frequentemente com soldados ao voltarem da guerra, vítimas de acidentes ou desastres naturais. Ele faz com que a pessoa não consiga esquecer o episódio traumático e ele fique voltando à sua mente como flashbacks. Quando surgem essas memórias, a pessoa tem insônia, irritabilidade e pânico.

Números da ansiedade

Esse transtorno atinge 264 milhões de indivíduos no planeta terra, sendo 18 milhões no Brasil, que é onde a maior parte da população é afetada, com 9,3%. No Paraguai, a taxa é a segunda maior, com 7,6%. Na Europa, a Noruega tem 7,4% e a Holanda 6,4%.

Para saber se você sofre de ansiedade, o recomendado é procurar um psicólogo ou psiquiatra, que são especialistas que podem dar um diagnóstico real.

É importante pontuar que a ansiedade é uma doença grave e que pode desencadear a depressão. A estimativa é que, cinco pacientes com depressão tiveram ansiedade no início.

Saiba mais detalhes sobre a ansiedade.

Depressão

Cientificamente, a depressão é definida como “uma doença psiquiátrica crônica e recorrente que produz uma alteração do humor caracterizada por uma tristeza profunda, sem fim, associada a sentimentos de dor, amargura, desencanto, desesperança, baixa autoestima e culpa, assim como a distúrbios do sono e do apetite”.

É importante saber distinguir a depressão da tristeza normal. Diante de problemas da vida que todos podem ou vão passar um dia, como a morte de um ente querido, a perda de um emprego, uma mudança radical de vida, problemas financeiros etc, as pessoas ficam tristes, em luto e sofrimento. Porém, o normal, é que esses sentimentos durem cerca de 15 dias.

Já quando existe o quadro depressivo, esse sentimento de triste e angústia nunca passa. São persistentes todos os dias, por muito tempo. Junto com esses sentimentos, se perde o interesse em atividades que antes davam prazer e a pessoa sente que perdeu o sentido da vida.

Cerca de 350 milhões de pessoas sofrem dessa doença ao redor do mundo. A intensidade e a duração da depressão varia de pessoa pra pessoa, podendo ser leve, moderada ou grave. Crianças e adolescentes também podem sofrer de quadros depressivos.

Alguns sintomas da depressão

Além dos sintomas já citados, como a tristeza profunda e a falta de prazer em realizar atividades, também existem outros sintomas:

  • irritabilidade, ansiedade e angústia;
  • desânimo, cansaço fácil, necessidade de maior esforço para fazer as coisas;
  • diminuição ou incapacidade de sentir alegria e prazer ;
  • desinteresse, falta de motivação e apatia;
  • sentimentos de medo, insegurança, desesperança, desespero e desamparo;
  • pessimismo, ideias frequentes e desproporcionais de culpa, baixa auto-estima;
  • sensação, inutilidade, ruína e fracasso;
  • interpretação distorcida e negativa da realidade;
  • dificuldade de concentração, raciocínio mais lento e esquecimento;
  • diminuição do desempenho sexual;
  • perda ou aumento do apetite e do peso;
  • insônia ou despertar matinal precoce;
  • dores e outros sintomas físicos não justificados por problemas médicos;

No início os sinais podem passar despercebidos. Mas, esses sintomas, junto com ideias suicidas ou de automutilação/destruição, são um grande alerta.

Frases e atitudes que depressivos dizem e você deve ficar alerta

Pessoas com quadro depressivo, normalmente deixam alguns sinais, e é importante prestar atenção a eles. Elas também dizem algumas frases características, como por exemplo: Eu quero morrer / Eu não aguento mais / Não vejo mais sentido na vida. Veja alguns sinais de alerta:

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Sinais de alerta de suicídio – Crédito da foto: BuzzFeed/Reprodução

O que não falar para alguém que sofre de depressão

Às vezes, coisas que falamos, talvez até com intenção de ajudar, podem piorar drasticamente a situação da pessoa. “Expressões que diminuem o que a pessoa sente como ‘isso não é nada’, ‘tem gente em situação pior’ ou fazer que se sinta ainda mais culpada, como ‘foi você quem procurou isso’, devem ser evitadas porque esse é um momento em que o paciente precisa de acolhimento e não de repreensão”, explica a psicóloga Elaine Di Sarno, especialista em Avaliação Psicológica e Neuropsicológica pelo Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (IPq-HC). Veja exemplos do que não dizer:

– “Sua vida é melhor do que a de muita gente”: Não existe disputa para saber quem sofre mais do que o outro. A sensação de desesperança é individual e intransferível.

– “Pense positivo”: Só a positividade não é capaz de motivar o indivíduo na busca por sobrevivência. Apenas não diga isso.

– “Se você confiar em Deus, você cair na real”: A religiosidade pode ter importância na vida de algumas pessoas, mas isso não é unanimidade. Pense que o sofrimento está além da espiritualidade.

– “Mas por que você está pensando em se matar?”: Essa frase, dita em tom ‘especulativo’, pode estar carregada de julgamento e ser devastadora para quem se sente na obrigação de dar explicações, mesmo sem ter um motivo aparente para pensar em suicídio. No lugar, prefira perguntar: “Você gostaria de falar mais sobre isso?”, em tom acolhedor.

– “Por que você vai se matar por causa dele (a)? Não vale à pena”: Essas duas sentenças, embora pareçam desprezar o que seria o motivo do sofrimento, fazem com que a pessoa tenha o sentimento desvalorizado.

– “Eu conheço muita gente que pensa em se matar também, mas não faz nada”: Esse é o conhecido mito de que “quem quer se matar, não avisa”. Especialista são unânimes em avaliar que o indivíduo em sofrimento distribui sinais de que pensa em suicídio. Cabe a sociedade aprender a identifica para ajudar.

– “Eu também já pensei em suicídio, mas eu sou uma pessoa forte e consegui superar”: Dizer que você é forte e que, por isso, superou o pensamento suicida não contribui para aliviar o sofrimento alheio.

– “Quem pensa em suicídio tem a mente fraca”: Não existe “mente fraca” ou “mente forte”. Cada indivíduo enfrenta problemas emocionais de maneira peculiar. Não julgue.

Saiba como ajudar

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depressão e ansiedade não existem somente em setembro

Conviver e lidar com alguém com depressão também não é nada fácil. Quem se preocupa com alguém depressivo e tenta de tudo para ajudar, acaba lidando com o medo, a impotência, incompreensão, a frustração e várias dúvidas. Além disso, também existe o preconceito de nossa parte. Sim, por mais que tenhamos boa intenção de ajudar, quem não sofre com a doença, acaba tendo um certo preconceito em alguns momentos. Não por maldade, ou por falta de amor, mas por não entender completamente o que a pessoa passa. Por muito tempo, ouvimos que depressão não existe, que é frescura, que só sofre porque quer, etc.

Mas é importante ter em mente que a pessoa precisa de ajuda, e pequenas atitudes podem salvá-la. Amor e apoio fazem milagre. Veja algumas dicas:

  • Procure conhecer sobre depressão, como ela ocorre e como é o tratamento;
  • Estimule a pessoa a realizar tarefas e passeios, mesmo que pequenos. É necessário se manter ativo;
  •  Não o cobre ou culpe quando não conseguir, estimule-o lembrando das vezes em que conseguiu;
  • Para argumentar, use de fatos, acontecimentos reais, será mais fácil para ele aceitar;
  • Lembre-se: depressão não é uma escolha!
  • Estimule e valorize tratamento psicológico e psiquiátrico, de acordo com indicação profissional;
  • Se estiver muito difícil, busque apoio profissional para você também. Sua saúde mental também não deve ser deixada de lado para ajudar alguém.

O principal de tudo, é ajudar a pessoa a procurar tratamento médico. Sozinho, sem acompanhamento profissional, fica ainda mais difícil sair dessa situação. Por mais que outras coisas contribuam muito, é de extrema importância a pessoa ser cuidado por quem realmente entende sobre a doença.

Centro de Valorização da Vida (CVV) – Ligue 188

O CVV, Centro de Valorização da Vida, do Conselho Federal de Medicina e da Associação Brasileira de Psiquiatria, trabalha dando apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone, e-mail e chat 24 horas todos os dias.

Campanha Setembro Amarelo

Desde 2014, a Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP, em parceria com o Conselho Federal de Medicina – CFM, organiza nacionalmente o Setembro Amarelo®. O dia 10 deste mês é, oficialmente, o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, mas a campanha acontece durante todo o ano.

https://www.setembroamarelo.com/

Fontes: Mais Minas, CVV


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Sobre o(a) autor(a)

Psicoterapeuta, comunicadora e produtora de conteúdo para redes sociais, autodescoberta em TEA, abraçou a terapia pela palavra para somar psicanálise clínica e comunicação à missão de facilitar processos de autoconhecimento, autodescoberta e autocuidado, que resultam em formas mais saudáveis de tornarem a vida mais plena e significante.

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