Igreja Universal Fecha em Angola

Acidente grave depois de confusão. “Água consagrada” provocou escorregões no pavimento.

Por determinação governamental todas as igrejas universal do reino de Deus de Angola permanecerão fechadas até segunda ordem. A igreja está sendo responsabilizada pela morte de 13 pessoas no “culto da virada”.

Segundo informações recebidas, a igreja universal teria colocado mais de 130.000 pessoas em um estádio com lotação para 30.000, ou seja, cinco vezes mais do que o possível.

Segundo nota obtida pelo site http://sociedademilitar.com.br, os Órgãos Auxiliares do Presidente da República, declararam que “perante a gravidade dos fatos que resultaram lamentavelmente a perda de vidas humanas o Executivo decidiu que a matéria dos autos seja remetida à Procuradoria-Geral da República para o aprofundamento das investigações e a consequente responsabilização civil e criminal”.

De acordo com as conclusões da comissão de inquérito criada para apurar as causas e origem da tragédia, o incidente ocorrido a 31 de Dezembro de 2012, no Estádio da Cidadela Desportiva, que resultou na morte de 13 pessoas que participavam numa vigília organizada pela IURD, deveu-se à superlotação no interior e exterior do recinto.  

Publicidade enganosa e criminosa

“A publicidade utilizada para a mobilização dos fiéis foi criminosa e enganosa pois, tal como estabelecem os artigos 14 e 16 da Lei nº 9/02 – Lei Geral da Publicidade, a mesma continha informações falsas, susceptíveis de alarmar o espírito do público e induzi-lo em erro”, indica um comunicado dos Órgãos Auxiliares do Presidente da República, tornado público ontem em Luanda.

Segundo o comunicado, em consequência da adesão maciça verificaram-se vários constrangimentos, tais como superlotação do recinto antes da hora marcada para o início da vigília, estacionamento desordenado no interior, exterior e áreas circundantes ao Complexo Desportivo da Cidadela, tendo suplantado a previsão dos organizadores do evento e dificultado a adequação devida das forças de asseguramento, designadamente a Polícia Nacional, Serviço Nacional de Proteção Civil e Bombeiros, Instituto Nacional de Emergências Médicas, Cruz Vermelha e outras.

Pecou por excesso

“Apesar de ter recebido indicações da direção do Complexo da Cidadela que o estádio comportava apenas 30.000 pessoas, ainda assim, a Igreja Universal do Reino de Deus perspectivou acolher no referido evento um total de 152.600 fiéis, sendo 35.000 pessoas nas bancadas do primeiro anel, 30.000 por traz da baliza norte, 30.000 por traz da baliza sul e 57.600 pessoas na parte exterior, frontal à tribuna”, sublinha o comunicado.

A comissão de inquérito salienta, igualmente, que a organização do evento “em momento algum” comunicou às autoridades a sua previsão de 152.600 pessoas, e que a projeção feita pela Igreja quanto ao número de pessoas para aquele recinto “não foi realista e pecou por excesso”.

Sublinha ainda que, de acordo com o cartaz publicitário sobre a vigília da IURD, o evento teria início às 20h00, porém, por volta das 18h00, “os espaços reservados para os fiéis no interior do estádio estavam completamente lotados, tendo a organização ordenado o encerramento de todos os portões, à exceção do portão VIP e do portão número 6, onde uma parte considerável da população afluiu, provocando deste modo uma enorme pressão sobre a entrada”.

A referida comissão declarou que as 100 pessoas voluntárias mobilizadas pela Igreja “não tinham preparação para realizar de forma efetiva a assistência médica, pois tinham apenas a incumbência de apoiar, em caso de necessidade, o pessoal do INEMA”.

“Para permitir a entrada dos populares de forma ordeira, isto é, em fila, a organização abriu parcialmente o portão número 6 e, por volta das 18h30, começaram a ouvir-se cânticos e aclamações no interior, que geraram na população a presunção de se ter iniciado o evento, pelo que entendeu forçar a entrada do portão”, lê-se no comunicado, acrescentando que, devido à pressão exercida sobre o referido portão, os membros da segurança da Igreja que se encontravam do lado interior não resistiram ao fluxo imediato, “verificando-se a queda dos fiéis em cadeia”, agravada pelo declive do túnel de acesso, pela falta de iluminação e pelo pavimento escorregadio em virtude do derramamento da designada “água consagrada” que estava a ser distribuída aos crentes.

Fonte: sociedademilitar.com

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