Para mim – e imagino que para uma quantidade razoável dos uruguaios, Pepe Mujica não será esquecido jamais, mesmo tendo chegado ao fim seu mandato de presidente do seu pais (investido do qual premiou o mundo com alguns momentos memoráveis e outros igualmente, mas bem polemicos, a exemplo de quando lançou no ar sua descrição da atual presidente da Argentina: “Essa velha é pior que o caolho. O caolho era mais político, essa é mais teimosa”, disse, referindo-se a Cristina Fernández (a teimosa) e Néstor Kirchner (o caolho).
Ou de quando presidenciou que “prefiero legalizar la marihuana que darle poder a los “narcos”. E o fez.
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E, para sempre lembrá-lo, capturo aqui das publicações internetais uma pérola análitica de seu discurso de 45 minutos, ou melhor dito, da intervenção que procedeu na Assembleia Geral das Nações Unidas, em 2013, falando do perigo do capitalismo para dirigentes internacionais:
Sacrificamos os velhos deuses imateriais, e ocupamos o templo com o Deus Mercado. Ele nos organiza a Economia, a Política, os hábitos, a vida e até nos financia a aparência de felicidade em prestações e cartões. Pareceria que nascemos somente para consumir e consumir e, quando não podemos, arcamos com a frustração, a pobreza e a auto-exclusão.Volto a repetir: a crise ecológica do Planeta é consequência do triunfo avassalador da ambição humanaPrometemos uma vida de excessos e desperdício, que constitui uma conta regressiva contra a natureza, e contra a humanidade como futuro.
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Por: Gorete Gonzaga