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O dia 30 de Janeiro foi proclamado pela ONU como o Dia da Não Violência em homenagem a Mahatma Gandhi, pacifista indiano que foi assassinado nessa data, em 1948. Trata-se de uma iniciativa voltada à educação para a paz, a solidariedade e o respeito pelos direitos humanos.
Não-Violência refere-se a uma série de conceitos sobre moralidade, poder e conflitos que rejeitam completamente o uso da violência nos esforços para a conquista de objetivos sociais e políticos.Geralmente usado como sinônimo para pacifismo, a partir do meio do século XX o termo não-violência passou a ser aplicado também para designar conflitos sociais que não utilizavam o uso de violência, assim como movimentos políticos e filosóficos que também utilizam os mesmos conceitos.
O termo não-violência é comumente associado à luta pela independência da Índia, que foi liderada por Gandhi, e à luta pelos direitos civis dos estadunidenses de origem africana, liderada por Martin Luther King.
Em 10 de Novembro de 1998, a Assembléia Geral das Nações Unidas proclamou a primeira década do século XXI (de 2001 a 2010) como a Decênio Internacional da Promoção de uma Cultura da Não-Violência e da Paz em prol das crianças do mundo (International Decade for the Promotion of a Culture of Peace and Non-Violence for the Children of the World).
Satyagraha, a força da verdade
Como grande líder pacifista, Gandhi liderou o primeiro ato de desobediência civil coletiva em setembro de 1906, contra a determinação do Governo de Transvaal de registrar toda a população hindu. Os hindus se concentraram em frente ao Teatro Imperial de Joanesburgo e decidiram, por unanimidade, recusarem-se a obedecer à ordem. Uma semana depois de desobediência, as mulheres Asiáticas foram dispensadas do registro. Quando o Governo de Transvaal finalmente pôs em pratica o “Ato de Inscrição Asiático” em 1907, Gandhi e vários outros hindus foram presos.
Gandhi decidiu chamar de Satyagraha a técnica de recusar submeter-se à injustiça. Satyagraha quer dizer literalmente “força da verdade”.
Durante a vida, Gandhi passou um total de mais de seis anos como prisioneiro. No período da prisão, Gandhi manteve contatos, por carta, com Leon Tolstoi, um de seus ídolos. O escritor russo com suas idéias libertárias influenciou o indiano e indicou a este a leitura de Henry David Thoreau.
A Desobediência Civil
Gandhi descobriu então a Desobediência Civil. Também teve papel importante a obra do pensador anarquista Kropotkin. Logo ele começou a perceber cada vez mais as possibilidades infinitas do “amor universal”.
Gandhi desenvolveu o uso de ahimsa que significa “sem dor”, normalmente traduzido “não violência“.
Gandhi seguiu o preceito “o pecado e não o pecador. Desde que nós vivemos espiritualmente, ferir ou atacar outra pessoa é atacar a si mesmo. Embora nós possamos atacar um sistema injusto, nós sempre temos que amar as pessoas envolvidas. Assim ahimsa é a base da procura para verdade”.
Em outros vários eventos e episódios, Gandhi constatou o poder do método de Satyagraha e profetizou como poderia transformar a civilização moderna. “É uma força que, se ficasse universal, revolucionaria ideais sociais e anularia despotismos e o militarismo.”
Gandhi sugeria que a Índia poderia conquistar sua independência por meios não violentos e por via da ego-confiança. Ele rejeitou a força bruta e sua opressão e declarou que a força da alma – ou amor – é que mantém a unidade das pessoas em paz e harmonia.
O Programa dos cinco pontos para a Paz
De volta a Índia em 1915, Gandhi passou a exercer o papel de conscientizador da sociedade hindu e muçulmana na luta pacífica pela independência indiana, baseada no uso da não violência. O uso da não violência baseava-se no uso da desobediência civil.
Reformas foram ganhas novamente por meio da desobediência civil. Os trabalhadores têxteis de Ahmedabad também eram economicamente oprimidos. Gandhi sugeriu uma greve, e como os trabalhadores temiam as consequências dela, ele faz um jejum para encorajar que eles continuem a greve. Gandhi explicou que ele não jejuou para coagir o oponente, mas fortalecer ou reformar esses que o amaram. Ele não acreditou que jejuando resultaria em salários mais altos.
Em uma autobiografia retratando suas experiências vividas, Gandhi exibe através dos dedos da mão seu programa de cinco pontos:
Igualdade.
Nenhum uso de álcool ou droga.
Unidade hindu-muçulmano.
Amizade.
Igualdade para as mulheres.
Esses cinco pontos – os cinco dedos representando o sistema – estavam conectados ao pulso, simbolizando a não-violência.
Paz e Violência
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Gandhi teve grande influência entre as comunidades hindu e muçulmana da Índia. Costuma-se dizer que ele terminava rixas comunais apenas com sua presença. Gandhi posicionou-se veementemente contra qualquer plano que dividisse a Índia em dois estados, o que efetivamente aconteceu, criando a Índia – predominantemente hindu – e o Paquistão – predominantemente muçulmano.
No dia da transferência de poder, Gandhi não celebrou a independência com o restante da Índia, mas ao contrário, lamentou sozinho a partilha do país em Calcutá.
Ele iniciou um jejum no dia 13 de janeiro de 1948 em protesto contra as violências cometidas por indianos e paquistaneses e no dia 30 de janeiro foi assassinado a tiros, em Nova Déli, por Nathuram Godse, um hindu radical que responsabilizava Gandhi pelo enfraquecimento do novo governo ao insistir no pagamento de certas dívidas ao Paquistão.
Godse foi julgado, condenado e enforcado, a despeito do último pedido de Gandhi, que foi justamente a não-punição de seu assassino.
Indicações para o Prêmio Nobel da Paz
Gandhi nunca recebeu o prêmio Nobel da Paz, apesar de ter sido indicado cinco vezes entre 1937 e 1948. Décadas depois, no entanto, o erro foi reconhecido pelo comitê organizador do Nobel. Quando o Dalai Lama Tenzin Gyatso recebeu o prêmio em 1989, o presidente do comitê disse que o prêmio era “em parte um tributo à memória de Mahatma Gandhi”.
“Nós devemos ser a revolução que queremos ver no mundo.”
(Gandhi)
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