![](https://i0.wp.com/goeie.life/wp-content/uploads/2018/12/image-1.png?resize=925%2C330)
Esse ano, por exemplo, foi registrada uma pequena melhora no índice geral, mas que está longe de ser suficiente e capaz de reduzir certas diferenças. Somente 17 dos 149 países avaliados pelo relatório tinham uma mulher na posição de chefe de Estado. No mundo inteiro, elas não chegavam a 20% dos ministros e não passavam de 24% dos parlamentares.
Além disso, ocupavam apenas 34% das posições de gerência entre os países analisados. No Egito, Arábia Saudita, Iêmen e Paquistão, as quatro nações com as piores colocações no ranking, esse percentual era de 7% apenas. Os cinco países conseguiram a paridade total neste quesito em especial: Bahamas, Colômbia, Jamaica, Laos e Filipinas.
Diferenças no cotidiano
Os desníveis se dão em várias instâncias do dia a dia. As mulheres têm o mesmo acesso que os homens a serviços financeiros em 60% dos países investigados e são proprietárias de terras em apenas 42%. Além disso, elas gastam duas vezes mais tempo do que eles em afazeres domésticos. Um número é particularmente surpreendente: em 44 países, cerca de 20% das mulheres são analfabetas.
Reverter esse quadro é um dos grandes desafios para as economias do mundo afora. Só dá para crescer de verdade se a força de trabalho puder ser usada em todo o seu potencial. Os dados da pesquisa mostram que hoje há menos mulheres empregadas do que homens, mas a produtividade da economia aumentaria se elas tivessem mais oportunidade de se integrar no mercado de trabalho.
Mas é preciso também investir na educação e no acesso à saúde. Elas têm que estar em posição de competir, de produzir em setores com alto valor agregado. Há ainda uma outra questão importante, que também explica a distância entre elas e os homens na economia. A infraestrutura necessária para ajudar que elas entrem ou se recoloquem no mercado de trabalho – o que inclui creches para cuidar das crianças ou instituições para auxiliar os idosos- não é boa, e isso acaba fazendo com que este tipo de atividade, que não é paga, recaia sobre elas.
As mulheres também estão sub-representadas nos postos de trabalho que exigem qualificação e conhecimento relacionados às áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática. Mais grave do que isso. A força de trabalho feminina não passa de 20% do segmento de Inteligência Artificial, uma das áreas onde estariam as profissões do futuro. Os países onde as desigualdades são menores são a Islândia e os Nórdicos (Noruega, Suécia e Finlândia). Em quinto lugar está a Nicarágua.
Brasil cai cinco posições
O Brasil está em nonagésimo quinto lugar. Caiu cinco posições em relação ao ano passado e foi destacado negativamente pelo documento. O novo governo só anunciou 2 ministras e o Parlamento ainda deixa o Brasil lá atrás no ranking mundial. No legislativo, a presença feminina passou de 10% para 15% na Câmara. O Senado praticamente não mudou. Seguindo tendência atual, serão necessários 202 anos para atingir a igualdade entre os gêneros na economia, e 108 para o equilíbrio geral, o que inclui educação, saúde e outros.
Vivian Oswald, da RFI
Descubra mais sobre Goeie Life
Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.