A data foi instituída em 1968, pela ONU e pela Unesco, com o objetivo de fomentar a alfabetização no mundo.
A alfabetização não é apenas o processo de aprendizagem de ler e escrever, pois é também um dos elementos responsáveis pelo desenvolvimento de um país.
O Dia Mundial da Alfabetização, data criada pela Organização das Nações Unidas (ONU) e pela Organização das Nações Unidas para a Educação a Ciência e a Cultura (UNESCO), no ano de 1967, é comemorado anualmente em 08 de setembro e tem como principal objetivo fomentar a alfabetização em vários países.
Um país, cuja população é alfabetizada e letrada, apresenta melhores índices de desenvolvimento humano. Isso porque, ao entrarmos em contato com o conhecimento, temos aumentadas as chances de conseguirmos um emprego melhor e, por consequência, melhores salários.
A alfabetização de um indivíduo promove sua socialização, já que possibilita o estabelecimento de novos tipos de trocas simbólicas com outros indivíduos, acesso a bens culturais e a facilidades oferecidas pelas instituições sociais. A alfabetização é um fator propulsor do exercício consciente da cidadania e do desenvolvimento da sociedade como um todo.[6]
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A incapacidade de ler e escrever é denominada analfabetismo ou iliteracia, enquanto que a incapacidade de interpretar textos simples é chamada analfabetismo funcional ou semianalfabetismo.
No período pós-guerra, o alfabetismo era visto sob uma perspectiva simplista de «saber ler, escrever e contar». Mas, a partir da década de 60 esta visão alterou-se e passou a predominar uma visão mais funcional do conceito.
Alfabetizar a população pode alterar significantemente os rumos de um país e, focados nesse objetivo, vários países têm assumido o compromisso de combater o analfabetismo. Os resultados desses esforços já foram notados, com a alfabetização atingindo cerca de 84% da população mundial, segundo dados da ONU.
![Mapa mundi colorido mostrando os índices de alfabetização no mundo, em 2013. Os países em azul-escuro são os que apresentam os melhores índices.](https://i0.wp.com/goeie.life/wp-content/uploads/2020/09/Analfabetismo2013unesco-mapa.png?resize=925%2C429&ssl=1)
A alfabetização influi de maneira decisiva na vida das pessoas: uma sociedade alfabetizada e letrada certamente é uma sociedade melhor e mais bem organizada. Saber ler e escrever é fator essencial para o empoderamento e autoestima de homens, mulheres e crianças, energia que pode alterar os rumos de um país.
Esse é apenas mais um dos inúmeros motivos para que o conhecimento seja, de fato, democratizado e chegue para o maior número de pessoas, não importando questões geográficas ou sociais. Contudo, atualmente, conforme pesquisa realizada pela ONU, 781 milhões de adultos em todo o mundo não sabem ler, escrever ou contar, e cerca de 250 milhões de crianças são consideradas analfabetas funcionais, isto é, passaram pela escola, mas não conseguem compreender aquilo que leem.
Esses números alarmantes apenas comprovam que o desafio de alfabetizar e disseminar o conhecimento deve ser visto como prioridade.
Alfabetizar para diminuir injustiças sociais
A alfabetização é uma peça-chave para a diminuição das injustiças sociais, já que a circulação de ideias e saberes está intrinsecamente relacionada com a diminuição da pobreza.
Infelizmente, no Brasil, o dia 8 de setembro, Dia Mundial da Alfabetização, ainda não pode ser amplamente comemorado, visto que o Indicador do Analfabetismo Funcional (Inaf) 2011-2012 trouxe dados que revelam que, embora o acesso às escolas tenha sido facilitado, a inclusão no sistema de ensino não melhorou os níveis de alfabetização.
Isso significa que frequentar a escola (sobretudo a escola que sabemos estar distante do ideal) não garante a alfabetização e o letramento de homens e mulheres, o que aumenta ainda mais o desafio de levar o conhecimento pleno para todo cidadão brasileiro.
Paulo Freire e o aprender crítico
No Brasil, no continente americano e em grande parte do mundo, não é possível falar em alfabetizar sem fazer referência ao pedagogo Paulo Freire.
Paulo Reglus Neves Freire foi um educador, pedagogo e filósofo brasileiro. É considerado um dos pensadores mais notáveis na história da pedagogia mundial, tendo influenciado o movimento chamado pedagogia crítica. É também o Patrono da Educação Brasileira.
Não basta saber ler que ‘Eva viu a uva’. É preciso compreender qual a posição que Eva ocupa no seu contexto social, quem trabalha para produzir a uva e quem lucra com esse trabalho. | ” |
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O Método Paulo Freire consiste numa proposta para a alfabetização de adultos desenvolvida pelo educador Paulo Freire, que criticava o sistema tradicional que utilizava a cartilha como ferramenta central da didática para o ensino da leitura e da escrita. As cartilhas ensinavam pelo método da repetição de palavras soltas ou de frases criadas de forma forçosa (em linguagem de cartilha), como “Eva viu a uva”; “O bebê baba”, entre muitas outras.
O processo proposto por Paulo Freire iniciava-se pelo levantamento do universo vocabular dos alunos. Através de conversas informais, o educador observa os vocábulos mais usados pelos alunos e assim seleciona as palavras que servirão de base para as lições. A quantidade de palavras geradoras pode variar de 18 a 23 palavras, aproximadamente. Depois de composto o universo das palavras geradoras, passa-se ao processo de exercitá-las com a participação do grupo.
A silabação: uma vez identificadas, cada palavra geradora passa a ser estudada através da divisão silábica, semelhantemente ao método tradicional. Cada sílaba se desdobra em sua respectiva família silábica, com a mudança da vogal. Por exemplo, para a palavra “ROBÔ”, as sílabas são: RA-RE-RI-RO-RU, BA-BE-BI-BO-BU.
As palavras novas: o passo seguinte é a formação de palavras novas. Usando as famílias silábicas agora conhecidas, o grupo forma palavras novas.
Sua prática didática fundamentava-se na crença de que o educando assimilaria o objeto de estudo fazendo uso de uma prática dialética com a realidade, em contraposição à por ele denominada educação bancária, tecnicista e alienante: o educando criaria sua própria educação, fazendo ele próprio o caminho, e não seguindo um já previamente construído; libertando-se de chavões alienantes, o educando seguiria e criaria o rumo do seu aprendizado. Destacou-se por seu trabalho na área da educação popular, voltada tanto para a escolarização como para a formação da consciência política.
Autor de Pedagogia do Oprimido, livro que propõe um método de alfabetização dialético, se diferenciou do “vanguardismo” dos intelectuais de esquerda tradicionais e sempre defendeu o diálogo com as pessoas simples, não só como método, mas como um modo de ser realmente democrático.
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1. A Importância do Ato de Ler – Baixar PDF
2. A Propósito de uma Administração – Baixar PDF
3. Ação Cultural para a Liberdade – Baixar PDF
4. Cartas à Guiné-Bissau – Baixar PDF
5. Educação como Prática da Liberdade – Baixar PDF
6. Educadores de Rua, uma Abordagem Crítica – Baixar PDF
7. Extensão ou Comunicação – Baixar PDF
8. Medo e Ousadia – Baixar PDF
9. Pedagogia da Autonomia – Baixar PDF
10. Pedagogia da Esperança – Baixar PDF
11. Pedagogia da Indignação – Baixar PDF
12. Pedagogia: Diálogo e Conflito – Baixar PDF
13. Pedagogia do Oprimido – Baixar PDF
14. Política e Educação – Baixar PDF
15. Por uma Pedagogia da Pergunta – Baixar PDF
16. Professora Sim, Tia Não – Baixar PDF
17. Paulo Freire para Educadores – Vera Barreto – Baixar PDF
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Fonte: Site Brasil Escola, Grupo de Estudos em Educação, Etnia e Economia Solidária – GEPeeeS e Wikipédia.
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